Filipe de Luar

Anda, vem cá. Encosta-te a mim. Tenho algo especial para te contar.
Sabes… amava-te já antes de saber que vinhas.
Amava-te mesmo sem te conhecer.
Mesmo sem te ver, sem saber o teu nome, já te sentia dentro de mim.
Amava-te antes mesmo de tu nasceres.
Estavas nos meus sonhos, como se dormisses lá, tranquilo, à espera que a vida te trouxesse até mim.
Sonhos doces, guardados no meu coração, embalados ao som da nossa canção — mesmo sem saber qual era.
Desde sempre esperei por ti, mesmo sem te imaginar bem.
Mas, cá dentro, já te conhecia. Já sabia que, quando chegasses, ia reconhecer-te num segundo.
Estou aqui sentado, no meu cadeirão, à tua espera. Para te ter ao colo. Para te contar esta nossa história.
Chega-te a mim. Fecha os olhos.
Quero contar-te tudo, até adormeceres no meu abraço, no calor do meu peito.
Procurei-te a vida toda. Mesmo sem saber que eras tu.
Sempre soube que, no dia em que te encontrasse, o meu coração ia dar sinal.
Ia bater mais forte, vibrar, quase saltar do peito.
E, quando te olhasse, ia ver o amor a brilhar nos teus olhos.
Quando te abraçasse, ia saber: era aqui. Era em ti.
O meu lugar era mesmo ali, contigo.
Sim… é possível amar antes de conhecer.
Amar com tudo, com o corpo e com a alma.
Vou amar-te sempre. Mesmo quando o tempo passar por nós.
Mesmo quando as rugas vierem e o corpo se cansar.
Porque o amor verdadeiro não se gasta — grava-se.
Amar-te-ei sempre pelo teu sorriso, pelo teu olhar, por tudo o que és.
Amar-te-ei sempre, de todas as formas. Sempre!
Deito-me contigo nos meus pensamentos.
O amor que sentimos é forte. É puro. É sábio.
Vive connosco. Cresce connosco. É a base da nossa história.
Por isso, atreve-te.
Vai atrás do que sentes.
Sê corajoso e vais ver…
Do outro lado da coragem, estão as cores do arco-íris.

• Filipe Miguel