Filipe de Luar

Nem sempre um fim traz apenas tristeza. Muitas vezes, é uma oportunidade disfarçada, um convite a deixar para trás o que já não acrescenta e a abrir caminho para novas possibilidades. Cada desfecho carrega em si o germe de um novo início, uma porta entreaberta para sonhos esquecidos, prontos para serem despertados.
A vida é feita de ciclos, e cada término ensina-nos algo valioso. Quando algo se esgota, surge a necessidade de transformação. Como a Fénix que renasce das cinzas, também eu posso erguer-me, mais forte, mais sábio. Há uma energia poderosa nos recomeços, uma luz que nos guia para novas jornadas. Se o passado se encerra, então é tempo de erguer as asas e voar em direção ao desconhecido.
Nem sempre um fim significa uma perda. Às vezes, é apenas um empurrão para aquilo que, no fundo, sempre soubemos que precisávamos. Olho para dentro e pergunto-me: estou a viver de acordo com a minha essência? Está na hora de soltar as amarras, de permitir que o coração conduza os meus passos e que a intuição ilumine o meu caminho. Há uma liberdade imensa em aceitar a mudança, em permitir-me recomeçar sem medo.
O ato de partir, de deixar ir, exige coragem. É um salto no escuro, um desafio que nos obriga a confiar mais em nós próprios. Cuidar de mim, priorizar o que me faz feliz, não é egoísmo, é necessidade. O amor, sei bem, encontra sempre quem o merece, e a busca pela autenticidade é uma das maiores viagens que podemos empreender.
Cada fim traz consigo a promessa de um belo recomeço. A vida é um ciclo contínuo, uma dança onde cada passo nos leva a novos horizontes. E mesmo quando tudo parece terminar, há sempre um novo destino à espera, uma nova história por escrever. Porque, no fundo, viver é isto: recomeçar, aprender e crescer, sempre.

• Filipe Miguel