
Tanto te implorei por poesia que, inadvertidamente, acabaste por te esquecer de a criar. Os versos ficaram vazios, desprovidos de essência, sem traços do teu sentir para eu absorver. Aqui estou eu, ávido de poesia, cada vez mais enfraquecido pela falta dela. Tudo o que tento redigir sabe a pouco, desvanece-se no vazio, incapaz de ocupar o espaço que deixaste. Se apenas a poesia me encontrasse, me guiasse de volta à inspiração… Talvez, apenas talvez, conseguisse livrar-me deste fardo e, com isso, resgatar também o meu pobre coração. Visualizo-me a caminhar sozinho, com o vento a cortar-me a pele, trazendo-me o eco de palavras que nunca chegaram. A cada passo, a ausência de poesia torna-se mais opressiva, como se o silêncio se tivesse instalado, roubando-me as palavras que um dia fluíam tão naturalmente. Necessito dessa poesia, como quem necessita de ar. Preciso de sentir a tua essência nas palavras, para que a minha alma também possa respirar novamente.
- Filipe Miguel
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