
Há um poema dentro de ti, um segredo que só eu sei decifrar. Os teus versos são de cetim, suaves, delicados, mas incompletos, como se faltassem rimas por revelar. As estrofes que guardas em silêncio são imperfeitas, suspensas no ar da madrugada, onde as palavras se perdem e se reencontram, bordadas com madressilvas que se enredam nas letras, ora escritas, ora desfeitas.
Quando me deito, procuro-te nas páginas da minha mente, e ali estás tu, a servir de inspiração. A tua presença acalma a minha alma inquieta, adoça o meu coração cansado. Leio-te, e cada linha é uma melodia que embala os meus pensamentos. Releio-te, e a cada leitura, sinto-me mais encantado, como se a tua essência fluísse diretamente para a minha emoção, envolvendo-me numa paz profunda e inexplicável.
O quarto está imerso em penumbra, as sombras dançam nas paredes, e o leve aroma de madressilva parece perfumar o ar. O silêncio da noite é quebrado apenas pelo som suave da tua voz, que ecoa nas minhas memórias. O toque do teu poema é como um sussurro, uma carícia que me envolve, fazendo-me querer ficar ali, perdido nas tuas palavras, nas tuas emoções, em ti.
- Filipe Miguel
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