Há coisas que o coração sente mas a boca não sabe explicar. E é aí que entram as lágrimas, essas pequenas rebeldes que escapam quando já não cabe mais nada cá dentro.
As lágrimas são palavras que não aprenderam gramática. São frases inteiras a cair pela cara abaixo. São confissões silenciosas que só quem sente percebe.
Às vezes choramos porque dói. Outras porque cura. E há dias em que choramos só porque o peito precisa de espaço para voltar a respirar.
Chorar não é fraqueza, é sinceridade. É o corpo a dizer: “Ei, estou a tentar. Estou a aguentar. Mas hoje preciso de soltar um bocadinho.”
E sabes o mais bonito? É que cada lágrima conta uma história. Umas são despedidas, outras são recomeços. Umas são quedas, outras são vitórias tão grandes que o coração fica sem palavras… e então chora.
No fundo, as lágrimas são a forma mais honesta de falar sem fazer barulho. É o nosso idioma secreto, aquele que só quem já sentiu de verdade consegue traduzir.
Por isso, da próxima vez que uma lágrima te cair, não a empurres para dentro. Deixa-a dizer o que tu ainda não consegues. Deixa-a falar por ti. Deixa-a ser palavra.
Porque às vezes… as lágrimas dizem tudo o que o coração ainda não sabe como escrever.
Filipe de Luar 
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