Os sonhos chegam como fragmentos soltos: imagens que se repetem, palavras que ecoam até se dissolverem no silêncio. As noites passam inquietas, suspensas entre realidade e devaneio, enquanto o corpo procura descanso e a mente insiste em inventar mundos paralelos.
Há descrições ricas, quase palpáveis, mas sempre atravessadas pela ilusão. Nos sonhos acreditamos no que não existe, confiamos no que se desfaz ao acordar.
O sonho é paradoxal: pode ser prazer leve, quase êxtase, ou suspense denso, vertigem que assusta. É um palco onde tudo cabe do brilho ao abismo.
A memória, frágil, guarda apenas restos dispersos. Muito se perde, mas algo resiste: fragmentos que regressam, lembranças que insistem em permanecer.
No fundo, sonhar é isto: um movimento entre presença e ausência, entre o que se recorda e o que se esquece, entre o que nos prende e o que nos liberta.
E é nesse espaço instável, feito de sombras e clarões, que continuamos a acreditar.

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Sonhos e memórias
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