Filipe de Luar

Talvez eu não saiba bem porquê, mas o tempo decidiu aproximar-nos. Não foi amor à primeira vista, porém também não tardou a surgir: quando te vi, veio um beijo roubado, um impulso inevitável que me virou o mundo. Nesse instante, a dúvida esmoreceu e a certeza assentou.
Perdido em frente à escola, tinha um plano só teu; implorei ao destino para que não te levasse. Eras a princesa de um sonho perfeito do qual não queria acordar, e ao mesmo tempo representavas a delicadeza de algo sério, ponderado e profundo. Imaginei manhãs partilhadas, preguiça e café na cama, conversas que se estendem pela noite dentro e rotinas que nos dão segurança.
O futuro era incerto, mas desenhei-o com intenção: simples gestos cotidianos, rituais que entram na pele e tornam tudo mais estável. Além disso, cada momento teu parecia selar pequenas promessas ainda por nomear. Por outro lado, havia a intensidade jovem do risco e o cuidado adulto de quem sabe o que quer.
Quis um futuro que fosse ao mesmo tempo sonho e projecto, acordar na tua cama tornou-se o traço mais claro desse desenho. É um plano feito de ternura e decisão, sem garantias, mas cheio de vontade.
És o amor da minha vida; és aquilo que sempre sonhei: sincero, cálido e duradouro.

• Filipe de Luar