A natureza manifesta-se como uma presença vasta e silenciosa, que não se limita ao que os olhos alcançam. É uma força que não se vê, mas que se sente: como se o ar, o mar e o vento fossem extensões de algo maior, algo que nos observa e nos molda sem pressa.
Nesse encontro, algo em mim desperta. A alma, antes adormecida, floresce com uma firmeza nova. Há uma ligação invisível, mas intensa, entre o meu ser e esse todo que pulsa em cada elemento. Não é apenas contemplação — é fusão. Tudo o que penso, tudo o que digo, tudo o que faço, parece emergir dessa conexão silenciosa, como se a minha essência fosse uma resposta ao mundo que me envolve.
Sou feito de marés que não pedem licença, de ventos que não seguem mapas. E é nesse caos ordenado que procuro o que ainda não sei. Busco o desconhecido não como quem se perde, mas como quem se encontra. Quero compreender a origem do que sou, não apenas o nome, o corpo ou a história, mas o impulso que me move, o pensamento que me forma, a missão que me chama.
O mar, com a sua presença constante e mutável, parece guardar essa resposta. Aproximo-me dele como quem escuta, como quem espera. E, por vezes, no silêncio que se instala depois da busca, percebo que há coisas que não se explicam, apenas se vivem.
É nesse instante que o corpo repousa, a mente se aquieta, e o sono chega. Não como fuga, mas como entrega. Porque há uma paz que só se encontra quando se aceita que nem tudo precisa de ser entendido para ser sentido.

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Quando a natureza nos desperta
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