Escrevo porque escrever é simples. Porque a palavra, quando nasce, abre janelas: liberta-me, faz-me crescer, ajuda-me a construir e a partilhar. Escrevo para me dividir sem me perder, para me reconhecer em cada linha, para me juntar nas entrelinhas.
Além disso, escrevo porque me entrego à arte de escolher as palavras certas, aquelas que, em qualquer lugar, me devolvem a mim. Busco o termo que acende, o verbo que empurra, o silêncio que diz mais do que o ruído. Brinco com a frase, afino o ritmo, aparo arestas. Por outro lado, não procuro enfeites: procuro sentido.
Escrevo porque assim me expresso, porque demonstro de forma clara aquilo que vibra por dentro. Nesta maneira só minha, digo o que sinto e o que penso; descrevo o que ouço e o que vejo; conto o que me acontece ao lado, na beira do quotidiano, onde o mundo murmura histórias que pedem voz.
Escrevo para não esquecer. Para transformar o instante em memória, o rasgo em caminho, o caos em desenho. Porque a palavra, quando encontra lugar, é abrigo e quando se partilha, é ponte.
Além disso, escrevo para tocar. Para emocionar sem excessos, ensinar sem pedantismo, convencer sem empurrar. Ajusto o tom ao coração do propósito: direto quando é preciso, delicado quando convém, firme quando a ideia exige coluna. Por outro lado, corto repetições, evito gordura e prefiro sempre a voz ativa, a mensagem ganha músculo quando se move.
Escrevo com parágrafos curtos, porque respiram melhor. Uso conectores para dar ritmo, porque o texto dança quando as frases se dão a mão. Leio em voz alta, revejo, peço opiniões, corrijo tudo o que distrai. A palavra é viva: merece cuidado, atenção e garra.
Escrevo com alma. Porque um texto que toca, convence e ensina é o texto que viaja. É o que se partilha. É o que fica. E, no fim, é o que me devolve a mim, inteiro, aceso, em paz.

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Escrever é liberdade
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