Quando as palavras fogem, sobra o silêncio.
Fica o nó na garganta, o vazio entre o que sentimos e o que conseguimos dizer. Fica a dúvida: verdade ou mentira, certeza ou incerteza.
Às vezes, temos tudo para dizer e nada sai. As palavras escondem-se, engasgam-se, trocam-se. E, no entanto, nem sempre são elas que contam a história.
Sempre ouvi dizer que o vento leva as palavras. Talvez leve mesmo. Porque as palavras podem enganar, mas os gestos não mentem. O corpo fala. A atitude grita.
Um “bom dia” olhos nos olhos. Um abraço apertado logo de manhã. O silêncio cúmplice de quem entende sem precisar explicar. Isso vale mais do que mil discursos.
Um abraço é alma a tocar alma. É proteção, aconchego, energia para enfrentar o dia. É amor sem tradução. No abraço, não são precisas frases, ele fala por si.
No amor não é o “eu amo-te” que vale. São os gestos. É o cuidado. É o detalhe que prova que a palavra tem raiz no coração.
E quando me faltam as letras, escrevo. Escrevo para arrancar cá de dentro aquilo que não sei dizer. Mas se quiseres mesmo ouvir-me, olha para os meus gestos. Eles contam tudo.
No fim, o que é difícil de dizer é sempre o mais verdadeiro.

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