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Saudades do futuro

A saudade tem um poder estranho: chega antes do tempo, instala-se sem aviso e faz-se sentir mesmo do que ainda não aconteceu.
Dou voltas na cama a imaginar-te ao meu lado, a pensar em momentos que ainda não vivemos. É isso: sinto saudades do futuro.
E não há dor mais aguda do que essa, a falta do que ainda não chegou. Aperta o peito, corta a respiração, pesa como pedra. Afinal, a saudade não é só das memórias; também pode nascer do que ainda não tivemos.
É possível? É. Tenho saudades tuas no futuro. Muitas. Se vai acontecer ou não, não sei. Mas enquanto houver esperança e vontade de lutar, tudo é possível. Os maiores obstáculos somos nós que criamos.
A saudade também se mede pelas marcas que alguém nos deixa. E quando o coração pede reencontro, quando implora por um abraço forte e quente, essa espera torna-se a mais cruel das saudades. A espera dói mais do que a ausência.
Há quem pense que só sentimos falta de quem está longe. Engano. Às vezes, a pessoa está mesmo ao nosso lado… e ainda assim sentimos falta dela. É uma distância invisível, uma saudade silenciosa. Quase uma matemática do coração: centímetros contra segundos que resultam numa invasão de saudade dentro de nós.
Porque a saudade não se explica: sente-se. E dói.
Então, dá-me a tua mão. Fica aqui comigo. Não acendas a luz, deixa-me continuar a sonhar.
Um abraço, um beijo, em dose dupla ou tripla — não há nada melhor.
É tão bom, sabe tão bem.
Saudades tuas no futuro?
Sim. Já tenho. E tantas.

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Uma resposta a “Saudades do futuro”

  1. Sinto exatamente isso. É horrível. Um peso, um castigo.

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