Filipe de Luar

Vês o que me fazes?
Sempre que te olho, um vendaval de emoções varre-me por dentro. És cor, luz, fogo e arte. Um quadro vivo que mora no meu coração.
Deixa-me ser o teu pintor.
A tua tela. O teu vício.
Cada pincelada minha carrega saudade. Cada cor, desejo. Cada traço, amor.
Quero guiar-me por ti de corpo e alma.
Descobrir-te nos gestos, nas entrelinhas, nos silêncios.
Pintar-te por dentro e por fora, até te eternizar na minha tela.

Quero ser o teu pintor,
Para te pintar sem pudor.
Deixa-me ser o autor,
Do teu retrato em amor.

Numa tela vou-te guardar,
Onde só eu possa tocar.
Emoldurar-te no olhar,
Para te ver sempre que sonhar.

Quero ser o teu condutor,
Quando for para te amar.
O teu mestre sedutor,
Quando for para te ensinar.

No teu jeito doce e atrevido,
És o que me inspira, o que me consome.
O teu corpo? Tentação.
O teu olhar? Perdição.
Os teus lábios? Labaredas.
Acendes-me com um simples toque,
Provocas-me com um simples gesto.
Tens esse dom cruel de reacender chamas adormecidas e fazer arder tudo em mim.
Vem. Toca-me. Sente-me. Prova-me.
Sem filtros. Sem medos. Sem pressas.
Com vontade. Com desejo.
Como um pintor que mergulha na tela e se perde na arte.
Porque o amor, como a pintura , vive dos detalhes, das imperfeições, das camadas.
Cada linha tua, cada curva, cada sombra… é inspiração em carne viva.
Vem ser a minha tela.
Deixa-me ser o teu pintor.
E juntos… fazemos do nosso amor uma obra-prima.

• Filipe de Luar