O quarto é o meu refúgio e a minha prisão. É onde me escondo do mundo… mas também onde a solidão me encontra de frente.
Há noites em que tudo parece escuro. Um céu pesado, sem brilho, sem rumo. E eu aqui, a tentar encontrar uma estrela que já não sei se existe… ou se apenas se escondeu de mim.
Como é que se procura uma estrela quando nem sequer se sabe se ainda brilha?
Como é que se faz um pedido ao céu, quando o céu parece já não ouvir?
Talvez ela esteja lá, algures, calada, à espera que eu a veja.
Talvez esteja à espera de um sinal meu.
Será que as estrelas têm telemóvel?
E se tiverem… como é que se pede o número de uma estrela?
Fica aqui a minha dedicatória, no caso de ela estar por perto:
Oh estrela minha,
Que temes por não brilhar.
Serás a minha rainha,
Assim que eu te encontrar.
Nestas noites vazias,
Não me deixes só sonhar.
Quero viver alegrias,
No dia em que te beijar.
Às vezes brinco, outras vezes disfarço. Mas no fundo… sinto-me sozinho.
Há dias frios em pleno verão. Dias em que tudo parece gelado, mesmo com o sol lá fora. Dias em que o corpo sorri e a alma chora.
E nesses dias, nesses dias escuros, só queria ter alguém ao lado.
Alguém que me desse a mão. Que me dissesse que vai ficar tudo bem.
Ser tímido é duro. Sentir demais é cansativo.
Fico preso em mim e a vida passa por mim como se eu fosse só espectador.
Ninguém devia ter de enfrentar isto sozinho.
A solidão prolongada adoece a alma e o corpo também.
Faz mal. E faz mossa.
Por vezes, nem eu próprio me entendo.
Oscilo. Perco o norte. Enrolo-me nos meus próprios pensamentos.
Mas no meio da confusão, sei de uma coisa: preciso de alguém.
Preciso de alguém que me veja… mesmo quando me escondo.
Alguém que me guie… mesmo quando não sei para onde ir.
Preciso da minha estrela.
Preciso que ela brilhe por mim, por nós.
Preciso que ela apareça.
Só isso.
Só preciso de encontrar a minha estrela.

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