Filipe de Luar

O mar entende-me como ninguém.
Quando o mundo pesa e falta um abraço, um ombro, um colo que ampare… é a ele que recorro.
Ali, encontro silêncio com sabor a paz.
É no mar que descanso a alma, lavo as mágoas, reencontro a minha essência.
Aquela dança de azuis e brancos não é só bonita — é mágica.
Tem o poder de afastar as nuvens negras que pairam cá dentro e trocar o cansaço por leveza.
O mar cura, embala, escuta sem julgar.
É o meu terapeuta sem diploma, o meu confidente sem palavras.
A brisa beija-me a pele, sussurra segredos de sal e traz um perfume que me enche o peito de coisas boas.
A maresia tem mãos invisíveis que me acariciam por dentro.
E há ali, entre areia fina e horizonte sem fim, uma simplicidade que me desarma.
Ver o mar tocar a praia com tanta delicadeza…
Faz-me acreditar que o amor pode mesmo ser assim: simples, doce, verdadeiro.
Não é no luxo que se encontra a felicidade.
Está no que é natural, honesto, leve.
Está nos momentos em que somos só nós e o mar — sem filtros, sem pressas, sem máscaras.
Enquanto houver mar… há esperança.
E eu, que amo o mar com tudo o que sou, serei sempre um bocadinho mais feliz só por saber que ele está ali.

• Filipe Miguel