Haja saudades que apertam o peito, noites em claro a remoer o que podia ter sido e dias que parecem não acabar. E no meio de tudo isto, há sempre aquela réstia de esperança teimosa que nos empurra para a frente.
O que sentimos por alguém, quando é genuíno, é das melhores coisas que a vida nos oferece. E nem falo de contos de fadas, falo daquela ligação crua, sem filtros, que não depende de carros, contas bancárias ou estatutos.
Imagina um mundo onde as pessoas se entregassem por inteiro, sem expectativas de retorno material, só pela vontade de estar junto, de partilhar a vida, os silêncios, os olhares. Isso sim, mudaria tudo.
Hoje em dia parece que tudo é calculado: será que vale a pena? E se correr mal? E o que é que ganho com isto? Como se o sentimento tivesse que vir com recibo e garantia.
Mas quem sente de verdade, não faz contas. Não se interessa pelo que o outro tem, mas sim por quem o outro é. Porque no fim do dia, o sofá mais caro do mundo não aquece tanto como um colo sincero.
Estar com alguém só faz sentido se for para somar presença, risos e memórias. Sentir é isso. E quem pensa demasiado antes de se deixar levar, talvez nunca venha a saber o que é mergulhar de olhos fechados e, sinceramente, às vezes é esse salto que nos salva.

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