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Quando sentimos demais

Sentir algo tão forte que nos faz perder o norte. É como se tudo deixasse de fazer sentido, menos aquilo que pulsa cá dentro. Há coisas que não se escolhem, apenas acontecem e quando acontecem, viram o mundo do avesso.
Há quem diga que é loucura, que é parvoíce. Talvez seja. Mas, se ser parvo é entregar-se por completo, então que se seja. Mesmo quando dói, mesmo quando custa, há momentos em que tudo vale a pena. Quando o outro lado sente o mesmo, quando há reciprocidade, tudo ganha outra dimensão.
É um mergulho sem garantias, uma entrega sem contrato. E quando razão tenta mandar, o impulso leva a melhor. Há dias em que parece que nos rasga por dentro, mas ficamos. Ficamos por uma palavra, por um gesto, por uma lembrança. Ficamos mesmo quando já não devíamos.
É uma força estranha, que não se vê nem se explica, mas que nos move com a intensidade de um trovão e a persistência de um sussurro. E quando achamos que acabou, basta um olhar, um toque ou até um silêncio para voltar tudo ao início, como se o caminho já estivesse desenhado dentro de nós.
É esse sentir que, por mais absurdo que pareça, nos faz continuar. Dá cor aos dias, faz o peito vibrar e, mesmo sem certezas, renova a vontade de tentar mais uma vez. Se isso é fraqueza, então que seja. Há quem chame parvoíce. Mas há pior do que nunca ter sentido nada.

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