Há fases da vida que parecem puxar-nos mesmo para o fundo. Dá aquela sensação de cansaço que não se explica. Não é preguiça, nem falta de vontade. É como se algo nos drenasse por dentro. Tudo irrita, tudo pesa. E o pior? Não era nada disto que imaginámos para nós. Mas cá estamos. Estagnados. A ver a vida passar.
Nestes momentos, o mais importante é cuidarmos de nós. Só quando estamos bem é que conseguimos dar o melhor aos outros. A vida não é feita só de alegrias, é um emaranhado de altos e baixos, de encontros e partidas, de amores que salvam e pessoas que desgastam. Mas uma coisa é certa: ela não pára. Nem espera que nos levantemos.
Com o tempo, percebemos que não vale a pena dar tudo a quem só nos suga. Há que guardar o melhor de nós para quem realmente merece. Nem todos os dias valem a pena, mas todos nos ensinam alguma coisa. E o bom é saber que o que hoje dói, amanhã pode já não importar.
A chave está em reagir. Em dizer mais “não” quando for preciso. Em olhar para dentro e perceber que isso não é egoísmo, é amor-próprio. É querer paz. É querer vida.
Vou tentar outra vez. Sem desculpas, com mais calma. Sem pressas, mas com vontade. Quero reencontrar-me. A vida é curta demais para viver em modo rascunho.
A felicidade não é um destino. É a forma como decidimos caminhar. Com coragem, com respeito por nós mesmos e com a certeza de que tudo o que damos… volta.
- Filipe Miguel

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