Filipe de Luar

A vida desafia-nos todos os dias. E quem nunca arrisca… acaba muitas vezes a arrepender-se por não ter tentado.
Há dias em que sentimos que conseguimos tudo. E outros em que nem sair da cama parece possível. É assim, altos e baixos. Emoções à flor da pele.
Viver dá medo. Dá trabalho. Mas não viver… isso sim, é o maior risco que podemos correr.
Há dias que encaixam como peças de um puzzle. Outros que se espalham como cartas na mesa, sem ordem, sem lógica.
E mesmo assim, continuamos. Porque viver vale a pena. Porque amar vale ainda mais.
Fazemos escolhas todos os dias. Algumas certas, outras nem tanto. Mas o mais importante é continuar a caminhar, cabeça erguida, coração aberto, sorriso no rosto. Porque o tempo passa. E um dia, quando menos esperamos… ele termina.
Por isso, perdoa.
Pede desculpa.
Ama mais.
Aproveita tudo o que sentes.
Corre atrás daquilo que te faz feliz.
Não desperdices a tua vida com rancores, mágoas ou dores antigas. Esses sentimentos só servem para atrasar o teu caminho, impedir o riso, afastar-te do amor.
Mas sabes o que nos salva muitas vezes? O tempo.
O tempo cura, o tempo mostra, o tempo reconstrói.
O tempo é amigo, mesmo quando parece não ser.
Sabe o que é mesmo perigoso?
Perigoso é não amar.
Perigoso é não sonhar.
Perigoso é deixar o abraço por dar, o beijo por sentir, o sol por aproveitar.
Perigoso é deixar a vida em pausa… à espera de um “depois” que nunca chega.
É perigoso ignorar o que sentimos.
É perigoso amar calado.
É perigoso desistir de nós próprios, fingir que está tudo bem, rir quando apetece chorar.
É perigoso deixar de lutar.
É perigoso acreditar que já não vale a pena.
É perigoso fingir que não dói, só para parecer forte.
É perigoso viver como se não estivéssemos cá.
E perigoso, mesmo perigoso… é amar com tudo e não receber nada de volta.
É querer tanto, e mesmo assim, estar cansado de tentar.
É viver no automático, dia após dia, a perder pedacinhos de nós.
Mas ainda assim…
Mesmo com todos os perigos, vale a pena.
Porque amar continua a ser a coisa mais bonita que temos nesta vida.
E viver, com tudo o que isso implica, é o maior ato de coragem que podemos ter.

• Filipe Miguel