Nem todos os dias de chuva são tristes. Às vezes, são só dias com outro tipo de beleza, mais calma, mais profunda, mais sincera.
Olha bem: há poesia no som das gotas a bater na janela, há ternura no frio que pede abraços, há dança no vento que passa devagar. A chuva lava, limpa por dentro, renova tudo. Como se cada pingo trouxesse um carinho, um beijo, um toque doce.
E quando estás por perto, tudo ganha cor. Cada gota que te molha o rosto parece uma desculpa para eu te dizer baixinho: gosto de ti. No meio do cinzento, tu brilhas. No meio do frio, tu és calor.
Gosto dos teus abraços nas noites chuvosas, da forma como os nossos corpos se encaixam como uma melodia que não precisa de palavras. Gosto da ideia de dançarmos lá fora, descalços, só nós e a chuva a marcar o ritmo.
Não é preciso sol para ser um bom dia. É preciso sentires que mesmo com céu cinzento, há alguém que te vê com todas as cores.
Por isso, se um dia te encontrar por aí num dia de chuva…
Concedes-me esta dança?
- Filipe Miguel

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