Filipe de Luar

Dias em que acordamos com o coração apertado e a alma meio perdida. Em que olhamos pela janela e o céu cinzento parece falar connosco. São dias em que a saudade aperta, em que sentimos falta de tudo e de nada ao mesmo tempo. Mas, curiosamente, é nesses dias que um pequeno gesto, uma memória ou até um pensamento bonito, pode aquecer o peito e devolver cor ao que parecia apagado.
Nem todos os dias vão ser fáceis. E ainda bem. Porque se não houvesse tristeza, como saberíamos reconhecer a felicidade? Há dias em que parece que tudo nos foge das mãos, mas no fim, voltamos a nós. Com mais força. Com mais clareza. Com o coração um bocadinho mais cheio.
Nestes dias nublados, somos nós que temos de ser o nosso sol. Respirar fundo, levantar a cabeça e acreditar que, mesmo que hoje esteja tudo meio cinzento, o sol vai voltar. Porque volta sempre. E quando voltar, tudo vai parecer mais leve, mais bonito, mais nosso.
A vida é feita de altos e baixos, de voltas inesperadas, de encontros e despedidas. Há dias em que sorrir parece impossível. Mas sorri. Mesmo que seja com lágrimas nos olhos. Porque sorrir, às vezes, é o primeiro passo para voltar a sentir.
O segredo? Nunca perder a esperança. Porque por cima de qualquer nuvem, o sol continua lá.

• Filipe Miguel