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Quando sentes tudo e o outro não sente nada

Há ligações que nos viram do avesso sem fazer barulho. Entram sem pedir licença, arrepiam a pele, aceleram o coração e deixam-nos com aquele sorriso parvo no rosto. Não se explicam, só se vivem — intensas, quentes, inquietas.
Mas a verdade é que nem sempre tudo fica no mesmo lugar. O que ontem parecia certo, hoje pode abanar. As dúvidas aparecem, as certezas fogem, e lá ficamos nós a tentar perceber o que mudou. Às vezes não há resposta… só sentimento.
Estar ligado a alguém de verdade exige mais do que sorte. É preciso coragem, entrega, compreensão, e muita vontade de fazer dar certo. É aceitar o outro com tudo o que traz, mesmo quando não é fácil.
O que liga duas pessoas de forma profunda vai muito além da aparência. Vai até à alma. Mesmo quando estão longe, essa ligação resiste.
E quando alguém nos toca dessa forma, não dá para esquecer. Aprende-se a viver com essa presença, mesmo na ausência.
O pior é quando só um sente tudo. Quando só um corre contra o tempo, com medo que tudo acabe antes sequer de começar.
Sentir é isso, mergulhar sem rede. É dar sem garantias. É viver intensamente.
E talvez seja nesse salto, sem chão, que nasce aquilo que todos procuram… mesmo sem saber bem o nome.

  • Filipe Miguel
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