A confiança é como um cristal raro: leva tempo a formar-se, mas parte-se num instante. Não se constrói de um dia para o outro, requer entrega, cuidado e atenção aos pequenos gestos, aqueles que muitos nem reparam mas que dizem tudo. Quando se quebra, mesmo que haja perdão, fica sempre uma rachadura. E por mais que se tente, nunca mais volta a ser como antes.
Amar vai muito além de ter fé. É preciso acreditar… e confiar de verdade. Eu confiei, baixei a guarda, deixei-me amar com coragem, como quem se entrega pela primeira vez. Sofri, chorei, revivi cada memória como um filme que se repete sem parar. Hoje, essas lembranças são só isso: ecos do passado que me lembram do que não quero voltar a viver.
O amor, às vezes, é levado pelo vento, como folhas soltas ao sabor de uma brisa ou arrastadas por uma tempestade. Quando esfria, parte. E o coração, esperançoso, aguarda por um novo dia de sol, por um novo calor, por um novo amor.
Quem ama de verdade não faz joguinhos. Não hesita. Luta. Quer. Mas nem sempre quem está do outro lado sente o mesmo. Às vezes, estão perdidos, presos ao passado, sem saber se ainda amam ou se apenas têm medo de recomeçar. E nós? Ficamos sem saber se acreditamos ou desistimos. Mas talvez, só talvez… o segredo esteja mesmo em confiar. Uma vez mais.
- Filipe Miguel
Filipe de Luar 
Deixe um comentário