Filipe de Luar

Numa manhã em que os cravos pintaram o céu, tudo mudou. A Revolução dos Cravos foi como um épico, cantando a liberdade e a esperança. Heróis desafiaram a ditadura, devolvendo ao povo o direito de ser livre, de se expressar sem medo. Foi como se a primavera explodisse de repente, cobrindo o país com mudança e renovação.
Às vezes, me vejo refletido nessa revolução interior. Sinto uma ânsia avassaladora por libertação, como um vulcão pronto para expelir emoções aprisionadas. Em certos dias, sou um insurgente num levante íntimo, clamando por liberdade para as verdades da minha alma.
Dentro de mim arde um fogo devorador, uma chama que ilumina e consome, lançando-me num conflito entre céu e inferno. São várias as chamas vibrando entre desejos ardentes e dualidades.
Preciso dessa revolução! Preciso romper as correntes que me prendem, liberar tudo o que está dentro de mim. Meu mundo está em desacordo, e às vezes só preciso do teu abraço reconfortante para reacender minhas forças.
Por que é tão difícil dizer “gosto de ti”? Por que hesitamos em mostrar nossos sentimentos, em oferecer aquele abraço cheio de ternura? O tempo escorre como areia, e amanhã pode ser tarde demais. É hora de derrubar muralhas, enfrentar desafios, preparar minha própria revolução. Marchar, lutar, persistir na busca pela verdade e pelo amor.
No fim dessa batalha, anseio deitar-me sob o manto estrelado, cativado pela beleza e vastidão do céu. As estrelas, minhas cúmplices silenciosas, testemunharão o renascimento dos meus sonhos. Então, poderei olhar nos teus olhos e dizer: “Gosto de ti”, saboreando o doce amor que transcende tempo e espaço.
Desperta tua revolução interior, deixa a liberdade florescer.

• Filipe Miguel