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Vamos os dois brincar na chuva

Sinto-me preso não vês? A chuva é a única companhia! Mas para mim não chega. Anda, vem-me buscar. Tira-me daqui e leva-me para outro lugar. Não importa onde quer que seja. O que importa, é estar onde tu estás!
Coloca a tua mão aí, sente-me, deixa-me deslizar contigo. Sempre gostamos de dançar à chuva.
De cada gota que te toca, que percorre cada traço do teu rosto, chega a afagar a tua pele frágil e macia, que me chega a substituir, de cada gota sorrateira, eu tenho inveja.
Não demores. Os segundos passam com a lentidão de umas horas. Não tarda será um novo dia, uma nova semana e eu com ânsia de te ver, de te ter, de te tocar com as minhas próprias mãos. Com a ânsia de tirar o lugar a tudo o que te atingiu, de tirar lugar ao tempo que passou.
Marco-te pela mão ressecada, oriunda do nosso calor. A chuva que nos trespassa leva-nos na corrente dos rios até à foz, até ao culminar do nosso amor. Se a lua tem nome, se a lua tem luz, é porque lá nos pus, para iluminar a paixão ardente proveniente de nós. Se o mar tem intensidade, se o mar tem fogosidade, é porque a lua, os rios e a chuva se unem como símbolo dos nossos corpos partilhados, dos nossos dedos entrelaçados e em nós marcados. Uma mão quente que nos afoga num mar de emoções, num mar de calorosas sensações.
Não te deixo sair! Já saíste demasiadas vezes mas acabas por voltar e a rebelião de sentimentos invade a minha vida novamente! NÃO! Desta vez será diferente, não vais mais sair da minha vida, porque este será sempre o nosso caminho, o encontro casual mas nunca mais sairás, a chuva convida a ficar.

  • Filipe Miguel

AMORES CLANDESTINOS
Livro disponível para venda aqui:
https://www.livrariaatlantico.com/palavras-soltas/amores-clandestinos

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