
Num mundo repleto de rostos e tonalidades, muitos limitam a busca pela beleza ao que os olhos podem ver, fascinando-se com imagens que, tal como o brilho de um entardecer, inevitavelmente se desvanecem. No entanto, a verdadeira essência da beleza encontra-se muito além da superfície: reside na profundidade da alma e na capacidade de perceber o que não é imediatamente visível.
Cada ser humano assemelha-se a uma obra de arte singular, uma história única merecedora de ser descoberta. Quando nos permitimos olhar além do óbvio, percebemos que a beleza não se resume à aparência, mas revela-se nos pequenos gestos, na bondade espontânea e na generosidade genuína. Os olhos, espelhos da alma, refletem emoções e sentimentos que as palavras muitas vezes não conseguem expressar.
Nos sorrisos sinceros e nos gestos de afeto encontram-se verdadeiros tesouros. A autenticidade não reside na perfeição estética, mas na forma genuína como vivemos e sentimos. Tal como as flores que, inevitavelmente, murcham, a juventude e a aparência física são efémeras, mas a luz que emana do coração permanece inalterada. Cada experiência deixa a sua marca, moldando um percurso repleto de significado.
Julgar apenas pelo que se vê é um erro comum. Se nos déssemos a oportunidade de olhar com mais atenção, perceberíamos a luz que brilha por trás das máscaras que, por vezes, usamos. É na simplicidade dos momentos quotidianos, no amor que partilhamos e na empatia que demonstramos que a verdadeira beleza se manifesta.
Quando escolhemos a bondade, permitimos que a nossa luz interior brilhe. Ao vermos com os olhos do coração, descobrimos a beleza que sempre esteve ali, à espera de ser reconhecida. Que possamos aceitar o convite para enxergar além das aparências e encontrar a magia que habita em cada um de nós.
- Filipe Miguel
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