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Tu e Eu a nossa história

Ela como sempre estava atrasada. O tempo passava, ele olhava impacientemente para o relógio e pensava: Onde estará? Será que vem?
Ele impaciente e já um pouco desatinado, porque detestava atrasos, ajeitou o cabelo e olhou mais uma vez para ver as horas, desta vez para o telemóvel. Mas ele que já a conhecia bem, esperava impaciente, sentou-se num banco de jardim e fumou um cigarro.
Por momentos teve medo, sentiu-se angustiado, pequenino, será que ela viria?
Viu-a aparecer ao longe, todos os sentimentos dele vieram ao de cima. Bolas, continuava linda, não tinha palavras, o mundo parou naquele instante. Aí de repente, percebeu que afinal ela não estava atrasada, ele tinha-se esquecido de acertar o relógio e o telemóvel depois de ter viajado.
A espera era silenciosa. Silenciosa como a noite que o envolvia, tendo como fundo uma lua brilhante onde repousava o olhar e aguardava. Até que por fim, a espera deu a vez a uma certeza, era mesmo ela que estava parada há sua frente, continuava mesmo linda.
Quando ela estacionou, o mundo dele desabou, olhou para ela demoradamente, cabelo escuro pelos ombros e olhos negros, grandes, profundos. Tinha um ar de Índia, de selvagem. Era por isso mesmo que ele gostava tanto dela. Pararam frente a frente, olhos nos olhos. Ele tentou dizer alguma coisa, mas ela colocou o dedo nos seus lábios para o impedir. Mas de repente, o mundo deixou de ser mundo, o ar deixou de deter oxigénio suficiente para receber aquele impacto: era ela! Aqueles cabelos longos ao vento, aquele olhar inconfundível que aprisiona até as mais destemidas criaturas…
Ele continuava um homem arrasador, pensou ela.
Ela continuava a mesma menina, o mesmo sorriso de sempre, pensou ele.
Era como se os anos não tivessem passado, o tempo era ainda o mesmo, tudo imutável, parece que foi ontem aquela a última vez que se viram no mesmo lugar. Tudo se cristalizou naquele instante, como se o tempo e o espaço não existissem.
Desejo imenso de serem um do outro, os olhos falavam…
Seria o momento de partilhar com ela tudo o que havia escondido? De lhe confessar o motivo da sua ausência?
Ela pensava em como partilhar com ele o resultado daquele amor antigo, mas tão presente. Como lhe diria?
Já tinham passados vários anos na idade cronológica, mas não na minha idade, porque eu não tenho idade, mas sim vida, sorrisos, alegria, emoção.
Assim sem mais nem menos, eles voltaram-se a reapaixonar, voltaram a amarem-se passados décadas, mas ainda iam a tempo de viverem o grande amor deles.
Uma felicidade imensa começou e na cara dele, apareceu um sorriso idiota como as pessoas lhe chamavam, tudo porque ela estava de volta na vida dele passado décadas.
E o amor que os uniu ainda em jovens, foi o mesmo que voltou os unir passado décadas.

  • Filipe Miguel

AMORES CLANDESTINOS
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