
O mar tem esse poder quase mágico de nos envolver numa sensação de serenidade, concordas? Basta parar e escutar. Há dias em que sussurra baixinho, como se confidenciasse segredos à brisa. Em outros, soa melancólico, como se lamentasse as injustiças que enfrenta. E quando os tempos são realmente difíceis, parece erguer a voz, revoltado, clamando por atenção.
Se estivermos atentos, conseguimos compreender a sua mensagem. A natureza, tantas vezes desrespeitada, encontra no mar uma das suas maiores vítimas. Ele já não suporta mais descuido, mais poluição. Implora, quase súplica, para que o tratemos com mais respeito e cuidado.
O mar não tem o poder de se regenerar sozinho. As feridas que lhe causamos diariamente não cicatrizam sem a nossa ajuda. Está exausto de ser esquecido, de ser maltratado. Mas a solução está ao nosso alcance. Não é complicado. Pequenos gestos fazem toda a diferença: evitar a poluição, descartar o lixo corretamente, manter as praias limpas e respeitar cada onda, cada brisa, cada sinal que ele nos dá.
Se refletirmos, isto é o mínimo que podemos fazer, certo? Pequeno esforço, comparado com tudo o que o mar nos oferece. De dia, o reflexo do sol nas suas águas ilumina os nossos pensamentos e enche-nos de energia. À noite, transforma-se num espetáculo de cores, como um sonho pintado no horizonte. O azul infinito das águas, o pôr do sol que tinge o céu de rosa, a brisa que embala os nossos sentidos… Onde mais encontrar tamanha beleza? Apenas na natureza, esse presente inestimável que temos o dever de proteger.
Se o tratarmos com o respeito que merece, continuará a presentear-nos com momentos de pura tranquilidade. No fim, não queremos que o mar deixe de cantar para nós, pois não?
- Filipe Miguel
Deixe um comentário