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Aprisionado na Escuridão

As paredes frias sussurram um desespero mudo, carregando um peso invisível que sufoca o ambiente. O ar denso parece vibrar com uma angústia latente, enquanto sombras distorcidas estendem-se como tentáculos de escuridão, serpenteando na busca de algo que já se perdeu.
No chão gélido, uma figura solitária jaz imóvel, como se a própria vida lhe escorresse entre os dedos. A dor corrói-lhe o corpo e a alma, numa agonia muda que ecoa no silêncio da noite. Cada respiração é um esforço, cada batida do coração é um lembrete cruel de um tormento que não cessa. O frio não é apenas físico; é uma presença implacável que se infiltra nos ossos, intensificando o vazio que o consome.
Os tentáculos da tristeza enroscam-se à sua volta, apertando-o num abraço gélido e sufocante. São como correntes invisíveis que o prendem a um abismo sem fundo, onde a luz se torna apenas uma lembrança longínqua, quase esquecida. A cada instante, sente-se mais afundado nessa escuridão, como se a própria sombra tentasse reivindicá-lo por completo.
O tempo perde significado, e a solidão torna-se a única certeza. A vida, outrora vibrante, é agora uma batalha incessante contra o vazio. A esperança desfaz-se como cinzas ao vento, e o que resta é apenas o peso esmagador de uma existência fragmentada. A tristeza, como um véu impenetrável, cobre-lhe a essência, apagando lentamente os últimos vestígios de quem um dia foi.

  • Filipe Miguel
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