
O teu sorriso era o meu amanhecer, um raio de luz que dissipava a escuridão das minhas noites. Sempre que abria os olhos, lá estavas tu, com esse brilho que fazia tudo parecer mais leve. O teu abraço envolvia-me, quente e seguro, como um abrigo contra o frio do mundo. Mesmo quando eu tentava afastar-me, quando o silêncio se instalava ou a distância se impunha, tu permanecias. Estavas em cada sombra, em cada sopro de vento, em cada batida do meu coração.
Habituei-me à tua presença, ao conforto do teu toque, à doçura dos teus gestos. O teu nome era a melodia que os meus lábios sussurravam, o refúgio onde o meu ser descansava. E então, sem aviso, arrancaram-me de ti. O destino, cruel e impiedoso, abriu um abismo entre nós e deixou-me à deriva, perdido na tua ausência.
Agora, procuro-te em cada esquina, em cada rosto desconhecido, na esperança de reencontrar o que fomos. Abro portas e janelas, esperando que a tua luz invada novamente os meus dias. Mas só encontro o vazio. A saudade tornou-se minha sombra, e a tua ausência, um peso que carrego sem saber como aliviar.
Acreditei que o nosso amor seria imutável, que o tempo jamais nos roubaria aquilo que construímos. Mas o futuro pregou-nos uma armadilha, deixando-nos presos ao passado, como ecos de uma melodia que insiste em tocar, mesmo quando já ninguém dança.
- Filipe Miguel
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