Filipe de Luar

Um abraço teu… só isso, e a saudade silenciava-se, desaparecia como um eco distante. A ansiedade dissipava-se num instante, e a minha alma encontrava a paz. Mas quem teve a ousadia de te afastar de mim? Eu não quis, tu não pediste, e, de repente, como uma cruel ironia, disseram-nos que era o fim.
Quem ousou separar-nos assim, sem explicações? Deixaram-me com o coração gelado, ferido, perdido. Quem nos lançou esta maldição? Quem derrubou as nossas vidas, como se fôssemos peças num jogo sem sentido?
Quem se intrometeu, sem convite, nos destinos que estavam traçados? Nós, a meio do caminho, ainda a descobrir-nos, a construir algo que só nós compreendíamos. Quem se atreveu a interromper isso? Quem se julgou capaz de decidir o rumo do nosso amor?
Mas quem? Quem nos infligiu esta dor, esta desilusão? Quem foi que teve a coragem de destruir o que nunca teve a chance de florescer? Numa tentativa de crueldade, ou talvez por pura ignorância, alguém decidiu matar o nosso amor antes mesmo de ele começar.

• Filipe Miguel