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Abraço Silencioso

Naquela tarde, a solidão apareceu à minha porta. O vento frio soprava forte, como se quisesse entrar, mas ela estava lá, quieta, frágil. Chamei-a. Não hesitei. Tentei tocá-la, senti que a sua dor era tão profunda, como se a vida lhe tivesse roubado algo todos os dias. Ela gritou, e o som preencheu o vazio da casa. Sentei-me ao seu lado, sem palavras. O silêncio pesava, mas também trazia algo de reconfortante. Ela chorou então, as lágrimas deslizavam, e o meu abraço foi tudo o que consegui dar. Não havia palavras para aliviar a dor, só o calor de um abraço silencioso. Desde aquele dia, a solidão nunca mais me deixou. Tornou-se parte de mim, e juntos, caminhámos pela vida, agora em harmonia. A solidão não é mais inimiga, é amiga, companheira, e de certa forma, ela é agora parte do meu ser.

  • Filipe Miguel

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