O vento lá fora agitava as árvores, mas a casa estava em silêncio. Aqui dentro, só eu e as minhas memórias. Não estás comigo, mas és impossível de esquecer. Procuro-te nos lugares onde costumávamos estar, mas o vazio é a única resposta. Ainda assim, quando fecho os olhos, a tua imagem surge como se nunca tivesses partido. Consigo ver o teu sorriso, ouvir a tua risada, quase sentir a tua presença.
O toque da tua pele ainda está gravado nas minhas mãos, tão real quanto o calor que o sol deixa na pele num dia de verão. Por mais que os dias passem, a tua ausência não apaga a sensação. É como se estivesses em cada canto do meu pensamento, numa memória que se recusa a desvanecer.
Às vezes, chamo-te “minha” numa voz tão baixa que quase não ouço. É um segredo que guardo só para mim, uma verdade que nunca confessei. Nos meus sonhos, encontro-te. Lá, não há distância, não há desculpas. Há apenas nós, como se o tempo parasse para nos dar um momento eterno.
És minha, mesmo quando o mundo te leva para longe. Aqui, neste lugar que construí para ti no meu coração, é onde sempre vais pertencer. Não importa onde estás ou se já não queres ficar. Para mim, serás sempre o meu lar.
- Filipe Miguel
Filipe de Luar 
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