
Hoje alguém perguntou-me se a poesia só fala de amor. Fiquei a pensar na pergunta por um momento, sem saber o que responder. O amor, será que é tudo o que nos move? Será que é aquilo que nos faz levantar de manhã e seguir em frente, mesmo quando tudo parece perdido? Eu só sei que, sem ele, o que seria de mim? Sem amor, talvez eu nem soubesse como escrever, nem como sentir.
O amor corre em mim como um rio, sem pedir licença. Ele está sempre lá, como algo que não consigo controlar, mas que não consigo deixar de viver. Envolve-me, prende-me, como se fosse uma força maior, mais forte do que eu. Não há como fugir, não há como escapar. A cada passo que dou, é o amor que me guia, que me faz continuar, mesmo quando o cansaço ameaça parar-me.
Este amor que me faz sorrir e, por vezes, me faz chorar. Ele dá-me força, mas também me tira, deixando-me vulnerável. Ele aparece quando menos espero, abraçando-me sem que eu peça, sem que eu queira. E, mesmo assim, não consigo deixar de escrever sobre ele. Não consigo afastá-lo das minhas palavras, porque ele é tudo o que tenho.
Talvez a poesia só fale de amor, e talvez isso seja suficiente. O amor é o meu combustível, o meu alicerce, a razão por trás de cada palavra que escrevo. Não sei viver sem ele, não sei criar sem ele. E se o que restar forem apenas palavras sobre o amor, então que assim seja. Antes que a noite me roube as palavras, eu continuo a escrever, a falar de tudo o que o amor faz em mim, de tudo o que ele me dá e me tira, de tudo o que sou por causa dele.
- Filipe Miguel
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