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O Que Ficou de Nós

Eu sei, e tu sabes também, que o nosso amor foi breve, mas intenso. Lembro-me de como tudo começou, como se fosse algo destinado, como se, naquele momento, nada mais importasse. O ar estava cheio de algo diferente, algo que não sabíamos como explicar, mas que ambos sentíamos. O cheiro das flores no ar, a brisa leve que tocava a pele, tudo parecia perfeito.
Os nossos dias eram feitos de gestos rápidos e carinhos fugazes, como se o tempo fosse nosso inimigo. Não pensávamos no futuro, só no agora. A cada beijo, a cada toque, a cada olhar, parecia que o mundo parava. Mas havia algo que nos perseguia, uma dúvida constante: será que o que estávamos a viver era real, ou só um sonho que acabaríamos por esquecer?
De certa forma, talvez tenhamos acelerado o que não devia ser apressado. No conforto dos lençóis, onde o calor dos nossos corpos nos envolvia, eu acreditava que nada poderia nos separar. Mas, no fundo, sabia que o fim estava mais perto do que imaginávamos.
O inevitável chegou como uma sombra silenciosa, e, de repente, já não éramos mais os mesmos. Tu seguiste o teu caminho, e eu fiquei aqui, perdida nas lembranças. Fui apenas mais uma flor no teu jardim, uma memória que o tempo ia apagando.
Ainda te guardo, não como algo que possuo, mas como algo que se foi, como uma pétala levada pelo vento. E, por mais que doa, sei que o nosso amor foi real, mesmo que tenha sido breve.

  • Filipe Miguel

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