Filipe de Luar

Será que o nosso amor algum dia existiu?
Pergunto-me isso, perdida na calma da noite. As estrelas, lá no alto, parecem observar-me, silenciosas, enquanto os meus pensamentos tentam encontrar sentido no que passou. Será que o teu coração me amou de verdade?
Lembro-me dos momentos em que os nossos olhares se cruzavam, da maneira como os sorrisos surgiam sem esforço, como se o futuro já estivesse escrito. Mas agora, tudo o que ficou foi um vazio de incertezas. O futuro, que antes parecia tão claro, agora desapareceu, como se nunca tivesse existido.
O teu desejo, alguma vez me procurou? Sinto a tua falta, a tua presença, a força daquilo que tínhamos. Pergunto-me se algum dia me viste verdadeiramente. Às vezes, olho para o céu e peço às estrelas uma resposta. Uma resposta que me mostre o que aconteceu, sem rodeios.
Recordo as palavras que me disseste, as promessas que pareciam tão firmes, mas que, com o tempo, desapareceram como o vento. E agora, fico a perguntar-me se o que vivemos foi real ou apenas algo que imaginei.
Não sei bem o que fui para ti, mas sei o que me foste. Passámos por tantas coisas juntos, e, ainda assim, há um pedaço de mim que não te encontra. Mas a memória do que fomos, do que senti, continua comigo. A saudade aperta, mas dentro de mim há algo que se recusa a deixar de acreditar. A chama daquilo que tivemos, mesmo que agora pequena, não se apaga.

• Filipe Miguel