
Levei-te comigo, guardado no peito, como um amigo fiel, que sempre está ali quando a solidão aperta. O teu calor envolveu-me como um abraço tranquilo, depois de tanto tempo fechado, escondido na prateleira. O cheiro do papel, já gasto, misturava-se com o da tinta, criando uma sensação de casa, de algo familiar. A luz da tarde, entrando pela janela, aquecia o ambiente e fazia o momento parecer ainda mais especial.
Perdi-me nas tuas páginas, uma a uma, como se cada palavra fosse uma porta para um mundo novo. Eu caminhava por essas aventuras, sem pressa de acabar, sentindo uma paz que só a leitura pode trazer. Cada história que contavas parecia ser feita só para mim, um convite para esquecer o que estava lá fora e perder-me no que havia dentro de ti.
Sonhei contigo e, ao acordar, só queria mais. Mais histórias, mais momentos, mais emoções. A vontade de continuar era grande demais, como uma fome que não se sacia. Cada página virada era como um novo abraço, acolhedor e simples, mas que me fazia sorrir, sem perceber.
E assim, continuei a viajar. Página a página, sempre à procura de algo novo, mas com a certeza de que nunca iria querer parar.
- Filipe Miguel
Deixe um comentário