
A vida passa rápido, como se o tempo escorresse entre os dedos. Num instante, tudo muda. O coração que antes batia com força, agora já não sente. Nem dor, nem alegria. Só um vazio.
As coisas que fizemos, não podemos mudar. O que foi feito ficou, e o tempo não espera por ninguém. Os beijos que antes tocavam, agora já não existem. Os braços que me envolviam, agora estão distantes. Aqueles olhos que um dia iluminaram o meu caminho, já não olham para mim.
Sinto que a vida é como uma brisa leve, que aparece e, em segundos, já se foi. O meu coração, antes cheio de esperança, agora dorme, sem forças para despertar. A alma, perdida, não sabe onde se encontrar. Fica a flutuar, à deriva.
O dia que antes era quente e acolhedor, agora se esconde. A luz desaparece, e a escuridão toma conta. A noite chega fria, sem promessas de um novo amanhecer, e tudo o que era bom começa a desaparecer, como se nunca tivesse existido.
O que foi feito, não pode ser desfeito. Não há como voltar atrás. Não há como corrigir. Os beijos já não tocam. Os braços já não abraçam. E os olhos, que me viam com tanto amor, agora estão longe de mim.
A vida escapa, como vento no ar. Fico aqui, sem saber onde ir. As memórias ficam, mas o resto se foi. E a saudade, essa, permanece, como uma sombra que nunca me deixa.
- Filipe Miguel
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