
A luz do dia começa a desaparecer, aos poucos, como se estivesse cansada de tanto brilhar. O céu ainda está claro, mas o peso da noite se aproxima. O sol, lentamente, vai cedendo lugar à escuridão.
Sentados na varanda, observamos o pôr do sol. O cenário é tranquilo, como se o mundo tivesse parado por um momento. — Sabes, — disse-te, sorrindo, — a luz do dia vai embora, mas deixa algo para trás. Um rastro que nos lembra de como os dias passam rápido.
— É verdade, — respondes, os olhos brilhando, — a noite vem devagar, quase como um abraço. Há algo de mágico na maneira como a luz se transforma em escuridão.
O vento fresco da tarde toca a nossa pele, e o silêncio é quebrado apenas pelos sons suaves da natureza. Apressados não estamos. O dia se despede, mas não há pressa.
— Cada fim de tarde é como uma promessa de paz, — dizes, com a voz calma. — É como se o tempo nos convidasse a desacelerar, a respirar fundo e a viver o momento.
A tarde dança entre o dia e a noite. Um equilíbrio perfeito, sem pressa de acabar. As cores misturam-se lentamente, criando uma cena que parece saído de um quadro.
— A tarde é uma ponte, — continuo, — que nos leva de um momento ao outro. Ela sabe como se equilibrar entre a luz e a escuridão.
A noite começa a cair, mas não é um fim, é apenas uma pausa. O sol vai se esconder, mas sempre voltará.
— E mesmo quando a noite chega, — disseste, sorrindo, — o dia sempre volta.
Abraço-te, sentindo a certeza de que, mesmo nos momentos mais escuros, a luz sempre encontra um caminho de volta.
- Filipe Miguel
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