Anúncios
Anúncios

Marcas de Nós

A noite estava calma, e o ar fresco trazia o aroma das flores que adoravas. Encostado à janela, senti o coração acelerar ao lembrar-me de ti. Era como se o tempo recuasse, como se cada memória ainda tivesse o mesmo peso de antes, carregada de tudo o que fomos.
O nosso amor foi intenso, como uma tempestade. Os nossos corpos moviam-se em perfeita sintonia, uma dança de desejo que deixava marcas. Não só na pele, mas no coração. Marcas que nem o passar dos dias conseguiu apagar. Quando tudo acabou, ficou a dor, mas também a certeza de que vivi algo único.
“Ah, paixão…”, murmuro no silêncio. Se pudesse, voltaria atrás, voltaria a ti. Desta vez, mais preparado, com o coração mais forte. Talvez assim pudesse viver contigo sem deixar que o medo ou as expectativas nos quebrassem.
Uma lágrima desceu pelo meu rosto. Não era de tristeza, mas de saudade. Lembro-me do teu sorriso, da forma como a tua voz me acalmava. Cada detalhe teu ainda vive em mim, como um abraço que nunca se desfaz.
“Sabes,” digo, como se estivesses ali, “não me arrependo de nada.” Foram esses momentos que me ensinaram a amar de verdade. Por mais dor que tenham trazido, não trocaria nada do que partilhámos.
O vento voltou a soprar, trazendo um pedaço de ti. Fecho os olhos e suspiro. “Talvez um dia,” murmuro, “nos reencontremos. E, quem sabe, possamos viver tudo outra vez, de forma mais sábia.” Até lá, guardo-te comigo, em cada cicatriz, em cada memória. Foste, e serás sempre, uma parte de mim.

  • Filipe Miguel

Deixe um comentário