
Todos nós carregamos cicatrizes, algumas visíveis, outras guardadas lá no fundo. Às vezes, a dor que sentimos fica presa no corpo, mas há feridas que não se veem, que moram na alma e no coração. Já passámos por momentos difíceis, por perdas, por tristeza. É impossível fugir ao sofrimento, mas é através dele que aprendemos. As cicatrizes não são apenas marcas, mas sinais de superação, de quem enfrentou a dor e seguiu em frente.
Lembro-me das conversas que tivemos, dos sorrisos disfarçados de medo, da forma como partilhávamos as nossas angústias, as nossas incertezas. A cicatriz pode não ser visível, mas ela está lá, silenciosa, a fazer parte de quem somos. O tempo pode passar, mas a memória das feridas fica. Algumas, com o tempo, podem até desaparecer, mas outras continuam a doer, mesmo que tentemos esconder. Elas guardam dentro de si tudo o que vivemos.
Há dias em que me pergunto como conseguimos seguir em frente, apesar das cicatrizes. Como conseguimos continuar a caminhar, quando o passado pesa tanto? Mas é isso que a vida exige de nós. A dor faz parte do caminho, mas não nos define. As cicatrizes fazem parte da nossa história, do que somos agora.
O que importa é o que temos hoje. O que podemos fazer, amar, acreditar. O que ficou para trás não volta. O futuro está à nossa frente, e só o agora é realmente nosso. Vivam o presente, vivam com força.
- Filipe Miguel
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