O céu estava claro, com uma neve fina a cair suavemente. Cada floco parecia ter a sua própria história, um convite silencioso para parar e pensar no que realmente importa. A paisagem diante de mim, toda branca e fria, era como uma tela em branco, pronta para ser preenchida pelos meus sonhos. Havia algo de mágico no ar, algo que me fazia acreditar que, naquele momento, tudo era possível.
O mundo parecia ter parado, e no silêncio que se estendia, senti uma paz profunda. A terra coberta de neve refletia a luz suave do sol, criando um cenário que me fazia esquecer de tudo, exceto daquele instante. Cada passo que dava parecia mais leve, como se os meus pés flutuassem, sem peso, numa calma que não conhecia.
Olhei para o horizonte e percebi que, embora o caminho estivesse à minha frente, não importava tanto onde ele me levava. O que realmente importava era o que eu sentia agora. Os sonhos, como uma brisa suave, estavam ali, ao alcance das mãos. O futuro, por mais distante que fosse, não parecia tão incerto assim.
A cada segundo, a vida parecia desenhar-se de forma simples, sem pressa, sem complicações. Os detalhes que antes passavam despercebidos agora se tornavam evidentes: a beleza de uma árvore coberta de gelo, o som da neve a estalar sob os meus pés, o ar fresco que entrava nos pulmões. Tudo parecia tão claro, tão verdadeiro. Era como se a magia estivesse em cada canto, à espera de ser descoberta.
Dei-me conta de que, neste lugar, os sonhos não eram apenas algo distante, mas uma parte de mim. Estavam ali, prontos para surgir, a qualquer momento. Só precisava acreditar. E, naquele momento, eu acreditei.
- Filipe Miguel

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