Carícias são momentos onde o amor revela-se na sua forma mais pura. Quando as nossas mãos se encontram, é como se o tempo parasse, deixando-nos perdidos num abraço que não queremos soltar. O olhar é profundo, sincero, e cada segundo partilhado fala mais do que qualquer palavra.
Cada toque é mais do que um simples gesto; é uma promessa, uma conversa muda entre corações que se entendem sem esforço. É a maneira como os dedos deslizam pelo rosto, como se desenhassem memórias na pele. É um respirar profundo que se torna numa prece silenciosa, uma certeza de que naquele momento não há lugar mais seguro do que nos braços um do outro.
Os corpos, mesmo em silêncio, falam uma linguagem antiga, onde cada aproximação e cada afastamento contam uma história. O ar entre nós está carregado de emoção, como se o mundo inteiro se concentrasse apenas nesse espaço. As palavras não ditas dançam entre sorrisos tímidos e olhares que se procuram.
E enquanto as mãos percorrem trilhos conhecidos, a pele guarda cada toque, como se fossem linhas de um livro que só nós lemos. O amor escreve-se assim, de forma simples, nos gestos de todos os dias, nas promessas murmuradas ao ouvido, nas noites em que o calor do outro é o abrigo perfeito.
Na dança de corações que se encontram e reconhecem, vivemos uma história sem fim. E, juntos, seguimos, num ritmo que só nós ouvimos, construindo a nossa oração, a nossa poesia, feita de carícias e segredos partilhados.
- Filipe Miguel

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