Nas paredes frias, a atmosfera carrega um peso opressivo, como se o próprio espaço respirasse em desespero. Os tentáculos, esses braços de angústia, contorcem-se de maneira desesperada, como se tentassem agarrar o que resta de esperança num ser perdido.
Este ser, encurralado numa solidão profunda, sente a dor a consumir-lhe cada parte do corpo. Estendido no chão, a sua agonia é palpável, um lamento silencioso que se propaga nas sombras do ambiente. O frio das paredes parece intensificar o seu sofrimento, como se quisesse devorar-lhe a alma.
Os tentáculos cruéis da tristeza envolvem-no, num abraço gélido e impiedoso, escorrendo lentamente, como se a escuridão que os rodeia quisesse engoli-lo por completo. Cada camada de dor que se desprende dele revela a profundidade da sua luta interna. Os tentáculos, manifestando-se como a própria depressão, agarram-no com força, um tormento que se recusa a desaparecer.
Neste cenário, a vida parece uma batalha interminável, e a solidão é a única companheira. A luz que antes existia agora é apenas uma lembrança distante, eclipsada pela escuridão que o envolve. A tristeza, como um manto pesado, recai sobre ele, sugando as forças restantes, deixando apenas um eco de quem já foi.
- Filipe Miguel

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