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A ausência que pesa

O teu sorriso era como um raio de sol, trazendo-me os bons dias todas as manhãs. Mal abria os olhos, encontrava-te lá, com esse brilho que iluminava o meu mundo. O teu abraço aconchegava-me, quente e acolhedor, como um cobertor em uma manhã fria. Por mais que tentasse afastar-me, mesmo que a porta se fechasse entre nós, teimavas em estar presente, como uma sombra que nunca me deixava. Habituei-me a ter-te sempre ao meu lado. Aquela presença que o meu corpo implorava, que os meus lábios segredavam com desejo, que o meu ser desejava com toda a intensidade. Até ao dia em que, completamente desprotegido, alguém me apanhou, arrancando-me de ti e levando-me para longe. E eu fiquei sem ti. Agora, por mais que te chame, que abra portas e janelas na esperança de te encontrar, que te procure em ruas e vielas, vivo com a tua ausência, que pesa como um manto escuro sobre os meus dias.
Eu pensava que o presente seria eterno, que o nosso amor duraria para sempre. Nunca pensei que o futuro nos deixasse presos ao passado, como ecos distantes que insistem em ressoar na minha memória.

  • Filipe Miguel

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