Numa manhã que se coloriu com cravos, o curso da nossa história mudou para sempre. A Revolução dos Cravos surgiu como um poema épico, entoando o cântico da liberdade e da esperança. Foi um dia que se ergue como um farol luminoso nas águas escuras da opressão. Nesse momento, heróis de farda desafiaram os grilhões da ditadura, devolvendo ao povo o direito sagrado de ser livre, de expressar-se sem temor. Foi como se a primavera desabrochasse num único gesto, cobrindo o país com o manto da mudança e da renovação.
Por vezes, encontro-me espelhado nessa revolução interior. Uma ânsia avassaladora de libertação ecoa dentro de mim, como se um vulcão adormecido despertasse, pronto para expelir todas as emoções e pensamentos aprisionados. Em certos dias, sinto-me como um insurgente num levante íntimo, uma rebelião contra as amarras que me sufocam, um clamor para dar voz às verdades que habitam nas profundezas da minha alma.
No meu íntimo arde uma chama, um fogo que consome sem trégua, devorando-me por dentro, indiferente às consequências. É uma labareda que tanto ilumina como cega, que aquece e consome, lançando-me num eterno conflito entre o céu e o inferno. São múltiplas as chamas que dançam em mim, vibrando entre desejos ardentes e as dualidades que habitam em mim.
Preciso dessa revolução! Preciso desvincular-me das correntes que me aprisionam, liberar tudo o que está dentro de mim, romper os laços que me prendem. O meu mundo está em desacordo e, às vezes, desejo o teu abraço reconfortante, para reacender as minhas forças antes que tudo se deteriore ao meu redor.
Por que é tão complicado dizer “gosto de ti”? Por que hesitamos em desvendar os nossos sentimentos, em oferecer aquele abraço carregado de ternura? O tempo escorre entre os dedos como areia numa ampulheta, e amanhã pode muito bem ser tarde demais. Por isso, é chegada a hora de derrubar as muralhas, de encarar os desafios de frente, de preparar a minha própria revolução. Marchar, lutar, persistir na busca pela verdade e pelo amor.
No desfecho desta batalha, anseio por me recostar sob o manto estrelado do céu, deixando-me cativar pela sua beleza e vastidão. As estrelas, minhas cúmplices silenciosas, testemunharão o renascimento dos meus sonhos, e na sinfonia do seu fulgor, os dias felizes surgirão. Então, poderei mergulhar nos teus olhos e proferir: “Gosto de ti”, saboreando a doçura de amar e ser amado, num êxtase que transcende o tempo e o espaço.
Desperta a tua revolução interior e deixa a liberdade florescer.
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