reflexão
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Entre letras que se alinham como quem soletra segredos, encontro o meu refúgio. São elas que me embalam nas horas soltas, que me enchem por dentro quando o silêncio pesa. E quando a angústia aparece, é a palavra que me salva, distrai, consola, inventa mundos.Mas há vontades que ficam suspensas, como se o destino lhes
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Fica. Só por um instante. Não precisa de ser muito, apenas o bastante para fugirmos do mundo, para nos perdermos num recanto onde o tempo se dissolve e nada mais importa. Como se nos escondêssemos num trilho esquecido entre montanhas, onde o silêncio nos envolve e a distância nos protege.Deixa que o passado se desfaça
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As paredes frias sussurram um desespero mudo, carregando um peso invisível que sufoca o ambiente. O ar denso parece vibrar com uma angústia latente, enquanto sombras distorcidas estendem-se como tentáculos de escuridão, serpenteando na busca de algo que já se perdeu.No chão gélido, uma figura solitária jaz imóvel, como se a própria vida lhe escorresse
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Deixei para trás promessas quebradas e ilusões que pareciam eternas. Caminhei sozinho na noite, perdido nos meus próprios pensamentos. A tristeza tornou-se uma sombra constante, e a falta de rumo pesava sobre mim. A escuridão envolvia-me, e os ventos sussurravam segredos indecifráveis. Sob a luz de mil sóis apagados, os dias vestiam-se de cinza.Atravessei o
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Lá fora, o vento sopra, arrancando folhas das árvores e empurrando as ondas contra as rochas com uma fúria descontrolada. O céu, pintado em tons de cinza, parece um reflexo da tempestade que também habita dentro de mim. O sol, tímido e distante, esconde-se atrás do véu pesado das nuvens, como se tivesse medo de
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Existem momentos na vida da gente em que perguntamos, porque é que as coisas são assim?Nessa altura paramos para pensar, reflectir sobre o sentido das coisas, descobrimos certezas e incertezas. Mas o mais importante destes momentos é fazermos uma retrospectiva das coisas, vermos quem somos, o que somos e o que nos são e no
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O medo assombra-nos como uma sombra persistente, limitando os nossos passos e roubando-nos a leveza da liberdade. Ele infiltra-se nas noites silenciosas, apaga o brilho das estrelas e acelera o tempo quando mais precisamos de calma. Como um ladrão sorrateiro, arrebata-nos a paz, deixando-nos presos a incertezas e receios que parecem insuperáveis.Quando sucumbimos ao medo,
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A vida não vem com livro de instruções.Seria mais fácil para ultrapassar as dificuldades do dia-a-dia, da vida, os problemas, os momentos menos bons, aquelas alturas em que andamos mais em baixo.A vida poderia ter incluído um comando.Assim passava-mos à frente mais facilmente, se não estamos a gostar do que estamos a viver, passamos para
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Com o tempo soalheiro ausente, resta-nos aceitar este tempo agreste, cinzento, chuvoso.Nesta paisagem cinzenta, estática e ao mesmo tempo agreste, há mais qualquer coisa de estranho, mais qualquer coisa que não me larga, que paira sobre mim.Olho sem entender, olho sem ver, até perceber que esta paisagem cinzenta está vazia de vida, de cores, de
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Não desistas de mim. Mesmo quando pareço distante, indiferente ou preso no meu próprio silêncio, acredita: cá dentro, há um turbilhão de emoções que não consigo expressar. Às vezes, fecho-me, não porque não sinto, mas porque sinto demais.Se um dia me afastar sem explicação, não vires costas. Fica. Procura-me. Por mais que o meu orgulho
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A chuva cai lá fora. Por vezes sou como este tempo, carrego a chuva, as tempestades, os vendavais dentro de mim, mas também acompanho o sol, a lua, o azul do céu…O sol parece ter tirado férias. Não sei se será da chuva ou da falta do sol que pareço caminhar num estado desolador, aprisionado
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Fecho a janela, deixando o ar fresco envolver-me. A noite avança, e o frio instala-se, arrepiando-me a pele e a alma. Lá fora, a chuva cai num compasso ritmado, uma melodia melancólica que embala os meus pensamentos. As gotas deslizam pelo vidro, enquanto o vento sopra ferozmente, espalhando folhas e lembranças.O rio corre turbulento, como


