artedeescrever
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És tudo para mim, mesmo quando já não significo nada para ti. Vivo um luto profundo, um luto que nem o passar do tempo conseguiu apagar. Se antes eras tu quem me limpava as lágrimas, agora sou eu que choro sozinho, perdido neste mar de mágoas.Cada lágrima que cai pesa mais do que a anterior,
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Hoje, a saudade bateu-me à porta. Senti-a a invadir-me, aquela vontade de te ter por perto, mesmo sabendo que estás longe, muito longe. O mundo parecia mais vazio, como se faltasse algo essencial, e essa falta és tu.Olhei para o céu, e percebi que não é assim tão distante. Está ali, logo acima, ao alcance
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Se me falares de amor, eu contar-te-ei sobre o perfume das flores ao entardecer, aquele aroma que nos envolve e nos faz esquecer o mundo à nossa volta. Falar-te-ei das borboletas que esvoaçam ao nosso redor, leves e coloridas, como se dançassem ao som do vento. E, claro, falar-te-ei das águas que correm, serenamente, nos
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Toma-me nos teus braços, com a mesma força de quem não quer deixar ir. Sente o meu corpo junto ao teu, enquanto o mundo lá fora se desdobra em silêncio. Beija-me com a luz suave da lua como testemunha, deixando que o frio da noite se desfaça no calor dos nossos lábios. Sinto o teu
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Às vezes, dou por mim a contemplar o que não controlo, o que não está ao meu alcance. O vento que sopra forte lá fora, trazendo consigo as nuvens e levando os meus pensamentos para longe; os sonhos que me visitam à noite, mas que nunca consigo agarrar; e o mar, vasto e indomável, que
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Voa, fecha os olhos e deixa-te levar. Confia nas tuas asas, elas não te deixarão cair. Sente o vento acariciar-te o rosto, o cheiro das ruas à noite misturado com a frescura do ar. Flutua pelos ares, observado pela lua que ilumina o teu caminho com uma luz suave e acolhedora.Imagina-te como uma borboleta, avançando
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Amei demais. Talvez até tenha amado mais do que deveria, mas não me arrependo. Recordo-me de cada lágrima que choraste. Eu bebi-as como se fossem minha própria dor. A cada vitória tua, eu aplaudia com orgulho, como se as tuas conquistas fossem também minhas. Beijei o chão que pisaste, não por servidão, mas por adoração.Quando
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Estou sentado aqui, num daqueles momentos em que o silêncio preenche a sala, e começo a pensar nos meus pequenos nadas. São coisas tão simples, tão subtis, quase impercetíveis, mas, para mim, significam o mundo. É como se fossem fantasmas, sempre presentes, que habitam este meu universo interior. São como ecos que me acompanham em
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A noite cai lentamente, e o frio lá fora começa a apertar, tornando-se mais presente a cada minuto que passa. Aqui dentro, a lareira estala e crepita, preenchendo a sala com um calor aconchegante que não só aquece o corpo, mas também reconforta a alma. O som das chamas a dançar no fogo mistura-se com
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Encontrei a solidão sentada à minha porta numa tarde em que o vento frio soprava insistentemente, como se quisesse entrar pela casa adentro. Ela estava lá, encolhida, quase sem forças. Chamei-a, e num impulso, estendi-lhe a mão. Ela parecia tão frágil, quase se desfazendo. Quando a toquei, senti o quanto estava exausta, como se a
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Não estás aqui, mas sinto a tua presença como se estivesses. Quando te procuro, não te vejo, mas fecho os olhos e a tua imagem aparece, clara e vívida. Não posso tocar-te, mas o toque da tua pele permanece na memória das minhas mãos, tão real como se nunca tivesse partido.No fundo da minha mente,
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Hoje perguntaram-me se a poesia só fala de amor. Fiquei a pensar por uns instantes, deixei a pergunta ecoar na minha mente. E de que mais se deveria falar? Confesso, não sei escrever sobre outra coisa. É como se o amor me corresse nas veias, alimentando cada palavra que nasce em mim, como um rio
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Quando penso em mim, vejo-me como uma soma de pequenas coisas. Sou feito das gotas de orvalho que se formam ao amanhecer, quando o mundo ainda está adormecido, e o silêncio da madrugada traz aquela frescura suave. Há em mim o brilho das estrelas que cintilam numa noite escura, lembrando-me da vastidão do universo e
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Tenho comigo todos os segredos que o meu coração tão zelosamente guarda. São histórias e enredos que ele conhece como a palma da mão, tão íntimos que parecem ser parte de mim. Sinto-me como um filho do vento, aquele que, num sopro suave e constante, me empurra na tua direção. Estou sempre à procura dos
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Nunca soube que aquele seria o último beijo, o último abraço, o último toque. Vivia tudo com uma intensidade desmedida, mergulhado no presente, sem pensar no amanhã, sem imaginar que o futuro pudesse escapar-me por entre os dedos.Se ao menos soubesse que era a última vez, teria gravado cada instante com mais cuidado, teria sentido