Alma
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Um gesto singelo, um movimento simples, seria suficiente para capturar a tua atenção. Imagina: um olhar cruzado, um sorriso discreto, e eu encontraria o caminho até ti, sem precisar procurar. Certos gestos são marcantes, falam por si, revelam emoções que as palavras muitas vezes ocultam. Gestos tranquilos, serenos, que deslizam no ar como brisas suaves,
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Tanto te implorei por poesia que, inadvertidamente, acabaste por te esquecer de a criar. Os versos ficaram vazios, desprovidos de essência, sem traços do teu sentir para eu absorver. Aqui estou eu, ávido de poesia, cada vez mais enfraquecido pela falta dela. Tudo o que tento redigir sabe a pouco, desvanece-se no vazio, incapaz de
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Quando me tocas, não é apenas pele contra pele. Sinto-te a percorrer-me, a infiltrar-te nos meus sentidos, a desenhar o destino com a ponta dos dedos. O teu toque une-nos, dissolve fronteiras, torna-nos um só. Estás tão perto que és parte de mim.A tua carícia é leve como a brisa num fim de tarde quente,
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Procuro-te com os olhos no horizonte, mas só vejo o mar à minha frente. Sentado na areia, cada onda que quebra na costa parece trazer-te até mim. A água fria toca os meus pés, mas em vez de arrepio, sinto o calor dos teus beijos, como se viajassem nas marés. A brisa marinha envolve-me e,
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Às vezes, uma palavra bastava. Um simples contacto, um afago delicado, um beijo que aquecia a alma, ou apenas um abraço apertado para acalmar o coração agitado. Num instante, tudo parecia encontrar o seu lugar, e o peso do mundo se dissolvia.Uma lágrima teimosa que escapa do olhar quando as emoções transbordam poderia ser enxugada
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Guardo-te profundamente dentro de mim, como se cada batida do meu coração fosse um lembrete constante da tua presença. Não és apenas uma lembrança, és o bater que mantém vivo este corpo onde todas as emoções se entrelaçam. Sinto-te junto ao meu peito, onde renasces a cada respiração, em cada batimento. Guardo-te como a suavidade
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Por mais que tente, insista e me esforce para mudar, há uma verdade incontestável que não consigo ignorar: não consigo acenar-te um adeus, não consigo deixar-te partir. O tempo, esse incansável viajante, pode levar-te para longe, e a ausência pode tornar-se uma sombra persistente, mas eu continuarei a procurar-te, entre as linhas de um verso
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Sentados à mesa do café que tantas vezes nos acolheu, o aroma dos grãos torrados envolvia-nos numa espécie de abraço familiar. O sol de final de tarde entrava pelas janelas largas, desenhando sombras quentes e acolhedoras. Olhei para ti, os teus olhos brilhavam com a intensidade de quem tem algo profundo a partilhar. Seguraste a
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Há momentos na vida em que as palavras parecem querer fugir, esconder-se em algum recanto do nosso ser, como se tivessem medo de serem pronunciadas. Ficamos ali, com as palavras presas na garganta, transformando-se em nódoas de silêncio. Há palavras que ficam por dizer, que se tornam mudas e, com o passar do tempo, transformam-se