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Caminho na sombra

Ando às cegas, sem mapa, sem certeza do amanhã. É como se o chão fosse feito de dúvidas e cada passo fosse um teste. O coração pesa, arrasta-se, ainda preso à matéria… e eu sigo, mesmo sem saber para onde.
Não posso olhar para trás, o cenário que conhecia já se desfez. Só me resta apertar os punhos, sentir o corpo a tremer e continuar. Sou pequeno. Tenho medo. Mas sigo, com uma ladainha silenciosa, quase uma oração, a pedir que o céu me responda.
Era suposto ser o momento de rasgar o peito em luz… Mas o medo vence, divide, separa. E eu fico só: uma miragem a inventar um reflexo de mim.
O caminho estreita, os passos vacilam. Aspiro a sabedoria, a lucidez que ainda não tenho. Resisto, mesmo sem certezas. Rendo-me ao que vier, se é que há algo para vir. Ou será apenas isto: a miragem da minha própria fantasia.

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