Há estradas infinitas nos braços do vento, como se o céu fosse um pano gigante a bordar bandeiras de estrelas e mar. Nuvens correm lá em cima, sombras dançam na areia cá em baixo… e na noite mais escura, ergue-se uma cruz que sangra silêncio.
No lago afundam-se guerreiros antigos, fantasmas de batalhas que já não voltam. Cisnes de sonho que a aurora matou. Mantos rasgados, elmos partidos… parecem flores arrancadas, engolidas pelo lodo.
Nos olhos da noite brilham sinais de morte. Praias distantes ecoam lamentos, gritos que o vento do norte carrega sem esperança. Entre soluços de crianças, brilham cristais, pequenos faróis de luz perdida.
Um anjo cansado, asas rasgadas, segura a proa da nau que se afunda. E nas miragens de pedra, imóveis mas eternas, rugem as ondas, levantando cristas como monstros que não dormem.

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